Pico: o topo de Portugal
Depois de São Miguel, hoje exploramos o Pico. Terra de baleeiros, agricultores e pescadores, a ilha é um vulcão adormecido, pontualmente desperto por eventos como as festas de São Roque do Pico. Todos os Santos ajudam a subir a Ilha da Montanha. Guardada no tempo e recatada nos costumes, a ilha é dominada pelo imenso Pico Alto, na parte ocidental da ilha, considerado um dos mais belos vulcões do mundo.
Subir o Pico
A par desta elevação majestosa e indiscritível beleza selvagem, a ilha do Pico reúne todas as condições para encantar os amantes da natureza. Ascender ao coração do cone vulcânico é um desafio a quem gosta de escalada. A subida e descida duram entre 4 a 5 horas mas a compensação chega em forma de uma experiência única. Não faltam momentos, vistas e fenómenos raros e inesquecíveis.
As encostas das zonas altas estendem-se até à costa escarpada, muitas vezes em bizarras terminações como os Arcos do Cachorro, perfurados por túneis e grutas na baía do mesmo nome. Toda a ilha é uma descoberta infindável de lagoas, cones vulcânicos e bosques, principalmente na maciço oposto ao Pico Alto, na zona oriental.
Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico
Durante muito tempo, o vinho foi uma das principais actividades do Pico. As vinhas são delimitadas por paredes de pedra solta, chamadas curraletas. Prática antiga onde as origens datam do século XV. Reza a história que foi Frei Pedro Gigante que plantou as primeiras videiras no lugar hoje chamado de Silveira.
Seguro é que foi do Faial que chegou a comunidade que deu início ao famoso vinho verdelho do Pico. Vieram plantar vinha nas brechas das rochas que formavam o manto de lava. A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico é, desde 2004, Património Mundial da Humanidade classificado pela UNESCO.
Engloba também os sítios do Lajido da Criação Velha e do Lajido de Santa Luzia. O design natural desta vinhas peculiares dão uma noção real da dureza da vida dos habitantes do Pico. Está tudo explicado no Museu do Vinho, onde se comemora, em Setembro, a Festa das Vindimas.
Explorar a natureza
A paisagem acidentada traça percursos ideias para caminhada e passeios em bicicleta. Esta é também a ilha ideal para a observação de pássaros, baleias e golfinhos. Sem esquecer a pesca e os trilhos a desvendar em moto-quatro. Mas o destaque da ilha vai para a espeleologia, um prazer a descobrir e a experimentar no Pico. Com tamanha exuberância e variedade para o pôr à descoberta, esta terra só pode convidar à aventura, em longas caminhadas, embrenhando-o nas montanhas, mergulhando e até mesmo deixando-se encantar pela biodiversidade marinha.
A ilha do Pico é um desafio a dois, especialmente para os casais que gostam de atividades juntos, quer seja de relaxamento, quer seja de desafio. É, por isso, ideal para quem quer o melhor dos dois mundos, em sintonia com a natureza, a cultura e, claro, não dispensa uma exaustiva lista gastronómica.
Pico à mesa (e ao copo)
Terra de tradição vínica, no Pico produzem-se vinhos brancos, tintos e rosé bastante apreciados em todo o Arquipélago e mundo. Um vinho de prestígio proveniente da casta verdelho.
A ilha sempre foi grande produtora de fruta, sendo afamado o figo, de interior vermelho vivo. Junta-se à lista mel produzido com a flor do incenso e o Queijo do Pico – DOP. À mesa, são diversas as propostas para uma refeição típica. Destacamos o polvo guisado com vinho de cheiro, linguiça com inhame, molha de carne e os caldos de peixe.
